Pensamento y Revolução

Pensamento y Revolução
"A emancipação do proletariado é tarefa do próprio proletariado" A História cobra muito caro pelas nossas vacilações.É hora de aprofundsar o combate pela organização internacional do proletariado.As crises do sistema capitalista se avolumam, não é chegada a hora para vacilações. Para que não se perca o trem da revolução numa nova vaga revolucionária que se avizinhe.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Frente Única X Política de Alianças

Frente Única é o único caminho revolucionário, Aliança eleitoral é tática burguesa
( em resposta à companheiros do Perú, preocupados com o processo eleitoral)
Compañeros,
O caminho é a Frente Única Operária contra a burguesia.                                                    Diante da crise capitalista cabe aos revolucionários organizar o proletariado em conselhos, em frentes de luta em defesa de suas conquistas que estão sendo usurpadas,  deles é exigido o pagamento de uma crise que não foi criada por nós ,mas sim pelo capitalismo.                                                                                     O caminho institucional não é o da revolução.                                                                               A experiência do Brasil e de outros países mostra que o suposto "poder" via eleitoral acaba conduzindo a um governo que se mantêm através de acordos com a burguesia que acabam custando o descrédito das esquerdas (se é que podemos chamar o PT de esquerda) no final das contas todos os políticos seja... de esquerda ou de direita; são todos iguais, pois o governo se dá nas malhas de todo arcabouço do estado burguês criado ao longo da história.Governar para o quem se o poder é todo da burguesia.Política não se faz com "boa vontade", se faz com ações concretas.
O governo dentro do aparato de estado burguês, sem uma forte organização do proletariado, dos conselhos populares (que são na verdade uma forma de poder paralelo) acaba sendo devorado pelo aparato das instituições superestruturais do velho estado burguês. Modelo de estado que se perpetua desde o descobrimento até nossos dias;ora colônia,ora mercantilista, ora império,ora escravagista,ora república, ora ditadura, ora democracia... Mas sempre um estado burguês explorando o proletariado.
Uma Frente Única necessita de princípios claros, táticos e que se dêem no campo do bom e velho marxismo, servindo de instrumento de pressão dentro do estado, seja qual for o governo.
Os Conselhos Populares devem ser uma organização com vínculo visceral com as forças do proletariado em movimento, campo de disputa das várias correntes ideológicas existentes no movimento (portanto, não obrigatoriamente representante da corrente mais revolucionária). Aos Partidos Revolucionários cabe a tarefa de conduzir este processo, disputar ideologicamente cada milímetro da discussão política, se utilizar das possíveis derrotas para demonstrar qual o caminho capaz de conduzir o proletariado à vitória.
O resto é só disputa institucional.
Unidade se faz é na luta, se faz com um programa mínimo e com princípios de respeito revolucionário aos companheiros, independentemente de divergências pontuais, que se tornam secundárias diante de um processo maior; a possibilidade da construção de um futuro socialista para humanidade.
Ana Fuentes Garcia

É vero.

É um conto; mas se em cada conto aumenta-se um  ponto, então há um (des) conto!()

Sou geração intermediaria.
Não vivi a intensidade das grandes revoluções do século XX, apenas escutava o eco das vozes dos meus pais é avó sobre a magia da Revolução Russa, da Revolução Espanhola (“El sangre de España no és sangre de escravo, El sangre de España no és sangre de escravo...”). Meus sonhos eram povoados dos heróis revolucionários. Amava Che, amava Fidel, chamava Stalin de avô (cruzes!!!), Lenin era um quase deus, e Trotsky era nome proibido, quase um xingamento.
O dia que minha mãe descobriu que eu havia me tornado trotskysta, quase enfartou. Desesperada, dizia que preferia que eu fosse uma "puta da zona"! E eu lhe respondia,calma mamita, posso ser os dois! Apesar da ironia, quando fui cooptada por uma organização trotskysta, fiquei dias meio em choque, analisando como,onde eu havia me tornado "traidora", porque essa era a história que eu escutara durante toda minha infância e mesmo no inicio da minha militância em um partido ,na época. maoista (stalinista). 
A injustiça social, a miséria, a morte e prisões de companheiros ou algumas das muitas derrotas sofridas doíam fundo no meu peito (ainda doem).
Aos poucos as vozes se tornaram sussurros, silenciosos, cautelosos víamos sombras ameaçando nossas vidas. Sombras ameaçavam minha família, nossas vidas. Era a crise da renuncia do Janio, a posse do Jango e por fim o fatal golpe de 1964.
No entorno de casa, brincava sozinha, rastejava pelos matos, pegava escondido, a espingarda que minha mãe tinha em casa, me sonhava guerrilheira.
Companheiros passavam pela minha casa e pela minha vida. E na maior parte das vezes nunca mais os via.
Pequena observava o enorme mundo dos adultos e através deles via um universo em eterna ebulição. E me sonhava adulta, num mundo com mudanças profundas, que faríamos revolução.
Houve segredos. Clandestinidade, companheiros mortos, presos, amigos nunca mais visto. História vivida, histórias contadas. Vidas cortadas. Em parte lida nas manchetes dos jornais, parte imaginada.Tudo me fez diferente na infância, na adolescência, na vida adulta.
Entre muitos e mitos vivia a busca da “minha gente”. Encontre,desencontrei,procurei, reencontrei e tantos perdi.
Onde achar a coerência entre o dizer e o ser, entre apregoar e fazer?
O tempo foi esculpindo imagens de vacilação, de traição, de cooptação. O que as prisões e torturas não fizeram o sistema moldou através do tempo. Desistiram de lutar no caminho da revolução.
Solidão.
Vivi fora do tempo onde meu coração batia e apanhava com isso. Vivi longe das pessoas e histórias que meu coração pedia e me perdia com isso.
Importa pouco essa solidão histórica, apenas dói.
E como continua doendo através da descrença em pessoas, em míticos companheiros que abandonaram nossas bandeiras pelos (dês) caminhos da vida.
A lição ensinada: um passo adiante das massas, um passo de solidão!
Ainda procuro camaradas, escuto discursos e procuro a coerência entre a intenção e os gestos.
O tempo passou, passa.
Arrasto sonhos, esperanças e procuro desesperada o sentido do viver.
Importa pouco esta solidão histórica.
Apenas dói.

Ana Fuentes Garcia