Pensamento y Revolução

Pensamento y Revolução
"A emancipação do proletariado é tarefa do próprio proletariado" A História cobra muito caro pelas nossas vacilações.É hora de aprofundsar o combate pela organização internacional do proletariado.As crises do sistema capitalista se avolumam, não é chegada a hora para vacilações. Para que não se perca o trem da revolução numa nova vaga revolucionária que se avizinhe.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Pensamento y Revolução: AS NEVES DE KILIMANJARO

Pensamento y Revolução: AS NEVES DE KILIMANJARO: "As Neves do Kilimanjaro" (uma crítica à burocracia sindical  e seu aburguesamento) A Folha de São Paulo, às vezes, acerta.Desta vez ...

AS NEVES DE KILIMANJARO


"As Neves do Kilimanjaro"
(uma crítica à burocracia sindical  e seu aburguesamento)
A Folha de São Paulo, às vezes, acerta.Desta vez acertou.
O filme “AS NEVES DO KILIMANJARO” do Diretor Frances, Robert Guédiguian, é realmente especial.De uma forma direta, consegue fazer uma crítica vertical aos burocratas sindicais, que vão se perdendo ao longo da vida e se surpreendem ao se darem conta de que mudaram de lado.
De revolucionários que lutavam pelas conquistas sociais apenas como meio para chegarem ao socialismo, se transformam em administradores das crises do capitalismo.Como pelegos tentam arranjar soluções mágicas para resolver o insolúvel; solucionar a impossibilidade do sistema capitalista, de manter as conquistas histórica dos trabalhadores. Assim apenas conseguem alimentar a revolta individual da juventude e conduz a humanidade a resvalar na crueldade da barbárie.  
O líder sindical que perde seu emprego e se torna vítima de sua política de conciliação e reformismo aparece através de um assalto violento praticado por um jovem que ,desempregado (através de um acordo entre sindicatos e patrões,decidem através de sorteio os que devem ou não serem demitidos, nos cortes que a empresa deseja fazer no seu pessoal.O rapaz, diferentemente do sindicalista que está se aposentando,não tem direito aos benefícios que sua vida de burocrata sindical lhe permiti usufruir.
Diante da violência da qual se sente ( e é) vítima acaba por questionar seu modo de vida, e compreender o desespero que as demissões podem gerar aos demitidos.
E de uma forma nada piegas ou panfletária, deixa se conduzir pelo que ainda tem de melhor: a solidariedade proletária. Uma solidária que seus filhos não compreendem, mas que acaba por recuperar a amizade de seu cunhada e companheiro sindicalista que Tb foi  vítima do assalto.
Um trabalho que merece ser visto e entendido. Despertou um sentimento de urgência, um desejo premente  de  dividir a boa experiência de saborear esse filme com companheiros y amigos.
O que aconteceu hoje, depois de assistir o filme, e descobrir que ele sairia de cartaz (com apenas 2 semanas de exibição no Cine Livraria Cultura) e com a certeza,que por não ser um filme comercial,dificilmente o encontrarei à venda como DVD, nem nas  distribuidoras ou nas bancas de DVDs piratas.
Ainda é provável que ele possa estar passando em algum cine de arte ou em outras cidades.
Esse filme vale à pena ver.
(SEGUE A CRÍTICA PUBLICADA PELO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO)  
Filme "As Neves do Kilimanjaro" critica esquerda 'aburguesada'
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BRUNO GHETTI
COLABORAÇÃO PARA A
 FOLHA
Robert Guédiguian ainda não perdeu a fé no ser humano. Com uma obra que oscila entre o otimismo ("Marius e Jeannette", 1997) e a desesperança ("A Cidade Está Tranquila", 2000), o cineasta francês volta agora a afirmar sua crença em valores tradicionalmente esquerdistas, como solidariedade e generosidade, no longa-metragem "As Neves do Kilimanjaro", que estreia hoje.
"Fazer filmes como esse é reafirmar que eu creio no homem", diz Guédiguian, 58, por telefone, de Paris.
A produção mostra um líder sindical que, depois de anos de luta, perde o emprego. Com uma nova rotina, ele é surpreendido por um assalto, planejado por um ex-colega, também
desempregado.
A situação o faz entrar em crise e se dar conta de que talvez tenha se "aburguesado" demais com o tempo.
Sua reflexão o fará tomar atitudes inesperadas.
CRISE SOCIAL
"Sempre quis fazer filmes que mostrem que o sentimento de humanidade pode se revelar talvez ainda com mais força onde é vilipendiado. Nos instantes em que a sociedade está em crise, tento, com meus filmes, encorajar comportamentos que seriam exemplares", diz o diretor.
O título do filme se refere a uma canção de 1966 do músico francês Pascal Danel, a preferida do casal protagonista (Ariane Ascaride e Jean-Pierre Darroussin, colaboradores habituais do diretor).
A trama mais uma vez se passa em Marselha, cidade natal do cineasta. "Marselha tem vários pequenos signos que, unidos, formam as imagens que busco para meus filmes. Ao filmar ali, estou falando a minha língua."


FALSO NATURALISMO
De fato, é difícil imaginar o filme sem a paisagem mediterrânea e os calorosos marselheses. Para captar esse espírito, Guédiguian diz buscar uma certa invisibilidade como diretor, atrás do que ele chama de "falso naturalismo" --daí a aparente simplicidade de seu estilo, que, porém, deriva de um processo trabalhoso de concepção.
"Esforço-me para que ninguém veja que cenários e figurinos foram feitos para o filme. E quero que os atores digam suas falas da forma mais natural possível."
EXTREMA-ESQUERDA
Guédiguian faz seus longas pela Agat Films. A produtora funciona em esquema de cooperativa, em que seis colegas produtores fazem concessões para viabilizar os projetos de cada um.
Esse método, aliado ao teor de seus filmes, o torna um dos poucos diretores de orientação abertamente socialista na França hoje.
"Há 30 anos, eu me dizia de esquerda. Hoje, como o Partido Socialista [francês] defende ideias da direita, considero-me de extrema esquerda. Não há mais um compromisso com uma moral ou filosofia: a política se reduziu a uma administração técnica das coisas, isso está errado."
Amante de política, o diretor diz ter acompanhado de perto o governo Lula. "Acho que ele poderia ter se comprometido um pouco mais com os ideais de esquerda. Mas é evidente: foi mil vezes melhor do que governos brasileiros anteriores", afirma.
 sofrimentos decorrentes de seus desacertos     ainda não perdeu a fé no ser humano. Com uma obra que oscila entre o otimismo ("Marius e Jeannette", 1997) e a desesperança ("A Cidade Está Tranquila", 2000), o cineasta francês volta agora a afirmar sua crença em valores tradicionalmente esquerdistas, como solidariedade e generosidade, no longa-metragem "As Neves do Kilimanjaro", que estreia hoje.
"Fazer filmes como esse é reafirmar que eu creio no homem", diz Guédiguian, 58, por telefone, de Paris.
A produção mostra um líder sindical que, depois de anos de luta, perde o emprego. Com uma nova rotina, ele é surpreendido por um assalto, planejado por um ex-colega, também
desempregado.
A situação o faz entrar em crise e se dar conta de que talvez tenha se "aburguesado" demais com o tempo.
Sua reflexão o fará tomar atitudes inesperadas.
CRISE SOCIAL
"Sempre quis fazer filmes que mostrem que o sentimento de humanidade pode se revelar talvez ainda com mais força onde é vilipendiado. Nos instantes em que a sociedade está em crise, tento, com meus filmes, encorajar comportamentos que seriam exemplares", diz o diretor.
O título do filme se refere a uma canção de 1966 do músico francês Pascal Danel, a preferida do casal protagonista (Ariane Ascaride e Jean-Pierre Darroussin, colaboradores habituais do diretor).
A trama mais uma vez se passa em Marselha, cidade natal do cineasta. "Marselha tem vários pequenos signos que, unidos, formam as imagens que busco para meus filmes. Ao filmar ali, estou falando a minha língua."

quinta-feira, 8 de março de 2012

* de março,dia das Mulheres que vão à luta

Companheiras
Somos Mulheres Comuns.
Trazemos sonhos e realizações.
(Eu, Socialista y Libertária!
Vejo a vida como uma luta
Contra qualquer forma de opressão.
Amante da Liberdade,
da humanidade
da felicidade.)
Sou única, mas somos muitas.
Somos fortes.
Não  flor, mas a raiz.
Arrombamos as portas da história.
Conquistamos vitórias
“Sem perder a ternura jamais”.
Donas de nossos corpos, sonhos e vida.
Podemos voar como borboletas
entre os perfumes das flores dos laranjais.
Geradoras da vida
Valquírias flamejantes
Cortando os céus
Desautorizando os poderes de Thor.
Guerreiras, construiremos um mundo;
Melhor e mais humano.
A origem do Dia Internacional da Mulher, data significativa na luta pelos direitos das mulheres, vem sendo distorcida no Brasil e em diversos países. Na cobertura midiática, o dia 8 de março é associado a um incêndio que teria acontecido em 1857 em Nova York e provocado a morte de 129 trabalhadoras têxteis. Elas teriam sido queimadas como punição por um protesto por melhores condições de trabalho.
É importante destacar que houve, de fato, um incêndio, só que em 25 de março de 1911 e de forma diferente da narrada pela imprensa.
As chamas começaram quando um trabalhador acendeu um cigarro perto de um monte de tecidos e alastraram-se rapidamente. As portas das escadas de incêndio estavam trancadas por fora, para evitar que os funcionários saíssem mais cedo. O saldo foi de 146 vítimas fatais, 13 homens e 123 mulheres.
No edifício, funciona hoje a Faculdade de Química da Universidade de Nova York. O incêndio na Triangle Shirtwaist Company foi importante para a melhoria das condições de segurança de trabalhadores como um todo, e não apenas das mulheres, já que também havia homens entre as vítimas.
Um ano antes, em 1910, durante o 2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, a alemã Clara Zetkin propôs que fosse designado um dia para a luta dos direitos das mulheres, sobretudo o direito ao voto.
Ou seja, o Dia Internacional da Mulher já existia antes do incêndio, mas era celebrado em datas variadas a cada ano.
Para compreender a escolha do 8 de março, remontamos ao dia 23 de fevereiro de 1917, 8 de março no calendário gregoriano. Naquela ocasião, as mulheres de Petrogrado, convertidas em chefes de família durante a guerra, saíram às ruas, cansadas da escassez e dos preços altos dos alimentos. No dia seguinte, eram mais de 190 mil.
Apesar da violenta repressão policial do período, os soldados não reagiram: ao contrário, eles se uniram às mulheres.
Aquele protesto espontâneo transformou-se no primeiro momento da Revolução de Outubro. A proposta de perpetuar o 8 de março como Dia Internacional da Mulher foi feita em 1921, em homenagem aos acontecimentos de Petrogrado.
Mas, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, em decorrência dos interesses do poder no período, seu conteúdo emancipatório foi se esvaziando. No fim dos anos 1960, a data foi retomada pela segunda onda do movimento feminista, ficando encoberta sua marca comunista original. Em 1975, a ONU oficializou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.
Para além da distorção dos fatos históricos, um aspecto diferencia fundamentalmente a participação das mulheres nos dois episódios.
No incêndio da Triangle Shirtwaist, a mulher é vítima da opressão dos patrões e do fogo. Já nos protestos de 1917, elas ocupam uma posição de protagonismo. Encoberto o fato, deixam de mostrar a participação política das mulheres na construção de uma revolução que tem papel preponderante na história da humanidade..
A origem do Dia Internacional da Mulher, data significativa na luta pelos direitos das mulheres, vem sendo distorcida no Brasil e em diversos países. Na cobertura midiática, o dia 8 de março é associado a um incêndio que teria acontecido em 1857 em Nova York e provocado a morte de 129 trabalhadoras têxteis. Elas teriam sido queimadas como punição por um protesto por melhores condições de trabalho.
É importante destacar que houve, de fato, um incêndio, só que em 25 de março de 1911 e de forma diferente da narrada pela imprensa.
As chamas começaram quando um trabalhador acendeu um cigarro perto de um monte de tecidos e alastraram-se rapidamente. As portas das escadas de incêndio estavam trancadas por fora, para evitar que os funcionários saíssem mais cedo. O saldo foi de 146 vítimas fatais, 13 homens e 123 mulheres.
No edifício, funciona hoje a Faculdade de Química da Universidade de Nova York. O incêndio na Triangle Shirtwaist Company foi importante para a melhoria das condições de segurança de trabalhadores como um todo, e não apenas das mulheres, já que também havia homens entre as vítimas.
Um ano antes, em 1910, durante o 2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, a alemã Clara Zetkin propôs que fosse designado um dia para a luta dos direitos das mulheres, sobretudo o direito ao voto.
Ou seja, o Dia Internacional da Mulher já existia antes do incêndio, mas era celebrado em datas variadas a cada ano.
Para compreender a escolha do 8 de março, remontamos ao dia 23 de fevereiro de 1917, 8 de março no calendário gregoriano. Naquela ocasião, as mulheres de Petrogrado, convertidas em chefes de família durante a guerra, saíram às ruas, cansadas da escassez e dos preços altos dos alimentos. No dia seguinte, eram mais de 190 mil.
Apesar da violenta repressão policial do período, os soldados não reagiram: ao contrário, eles se uniram às mulheres.
Aquele protesto espontâneo transformou-se no primeiro momento da Revolução de Outubro. A proposta de perpetuar o 8 de março como Dia Internacional da Mulher foi feita em 1921, em homenagem aos acontecimentos de Petrogrado.
Mas, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, em decorrência dos interesses do poder no período, seu conteúdo emancipatório foi se esvaziando. No fim dos anos 1960, a data foi retomada pela segunda onda do movimento feminista, ficando encoberta sua marca comunista original. Em 1975, a ONU oficializou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.
Para além da distorção dos fatos históricos, um aspecto diferencia fundamentalmente a participação das mulheres nos dois episódios.
No incêndio da Triangle Shirtwaist, a mulher é vítima da opressão dos patrões e do fogo. Já nos protestos de 1917, elas ocupam uma posição de protagonismo. Encoberto o fato, deixam de mostrar a participação política das mulheres na construção de uma revolução que tem papel preponderante na história da humanidade..
A origem do Dia Internacional da Mulher, data significativa na luta pelos direitos das mulheres, vem sendo distorcida no Brasil e em diversos países. Na cobertura midiática, o dia 8 de março é associado a um incêndio que teria acontecido em 1857 em Nova York e provocado a morte de 129 trabalhadoras têxteis. Elas teriam sido queimadas como punição por um protesto por melhores condições de trabalho.
É importante destacar que houve, de fato, um incêndio, só que em 25 de março de 1911 e de forma diferente da narrada pela imprensa.
As chamas começaram quando um trabalhador acendeu um cigarro perto de um monte de tecidos e alastraram-se rapidamente. As portas das escadas de incêndio estavam trancadas por fora, para evitar que os funcionários saíssem mais cedo. O saldo foi de 146 vítimas fatais, 13 homens e 123 mulheres.
No edifício, funciona hoje a Faculdade de Química da Universidade de Nova York. O incêndio na Triangle Shirtwaist Company foi importante para a melhoria das condições de segurança de trabalhadores como um todo, e não apenas das mulheres, já que também havia homens entre as vítimas.
Um ano antes, em 1910, durante o 2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, a alemã Clara Zetkin propôs que fosse designado um dia para a luta dos direitos das mulheres, sobretudo o direito ao voto.
Ou seja, o Dia Internacional da Mulher já existia antes do incêndio, mas era celebrado em datas variadas a cada ano.
Para compreender a escolha do 8 de março, remontamos ao dia 23 de fevereiro de 1917, 8 de março no calendário gregoriano. Naquela ocasião, as mulheres de Petrogrado, convertidas em chefes de família durante a guerra, saíram às ruas, cansadas da escassez e dos preços altos dos alimentos. No dia seguinte, eram mais de 190 mil.
Apesar da violenta repressão policial do período, os soldados não reagiram: ao contrário, eles se uniram às mulheres.
Aquele protesto espontâneo transformou-se no primeiro momento da Revolução de Outubro. A proposta de perpetuar o 8 de março como Dia Internacional da Mulher foi feita em 1921, em homenagem aos acontecimentos de Petrogrado.
Mas, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, em decorrência dos interesses do poder no período, seu conteúdo emancipatório foi se esvaziando. No fim dos anos 1960, a data foi retomada pela segunda onda do movimento feminista, ficando encoberta sua marca comunista original. Em 1975, a ONU oficializou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.
Para além da distorção dos fatos históricos, um aspecto diferencia fundamentalmente a participação das mulheres nos dois episódios.
No incêndio da Triangle Shirtwaist, a mulher é vítima da opressão dos patrões e do fogo. Já nos protestos de 1917, elas ocupam uma posição de protagonismo. Encoberto o fato, deixam de mostrar a participação política das mulheres na construção de uma revolução que tem papel preponderante na história da humanidade..

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SINDICATOI X LUTA DE CLASSE

Sindicato X Luta de Classe

Quando o executivo está nas mãos do Partido que se diz dos Trabalhadores e faz todas as alianças com a burguesia. Quando o movimento mostra-se num descenso, e o proletariado se afasta das suas antigas formas de organização procurando-as apenas como um departamento Assistencial.E paralelamente a isso vimos  acontecer fatos isolados de Ocupação de Fábricas que apontam para uma forma de luta mais radicalizada e que não encontra o devido respaldo no movimento sindical ou mesmo no talo governo eleito sob a bandeira do Partido dos "Trabalhadores". Acho que é chegado o momento de se começar uma reflexão sobre as formas organizativas existentes e o respaldo que elas oferecem às lutas do proletariado. 
Ana Fuentes Garcia  Há um século, os operários já lutavam para impor à burguesia suas organizações sindicais. Hoje, os governos da burguesia tudo fazem para que os operários em luta não ultrapassem os sindicatos e não continuem a abandonar essas organizações.
Os sindicatos ainda são organizações que defendem os interesses da classe operária? Ou será que, atualmente, limitam e até impedem a luta dos operários contra o ataque permanente da burguesia às suas condições de existência?
Depois da primeira guerra mundial, os sindicatos tornaram-se parte do aparelho do Estado capitalista.
O capitalismo não é mais reformável. Para sobreviver e incapaz de resolver a crise econômica, impõe uma dominação cada vez mais totalitária: o estado tornou-se uma máquina gigantesca que absorve e controla toda a vida social. “Democrático”Portanto, o sucesso de uma luta operária depende diretamente da capacidade de impor uma relação de forças desfavorável ao Estado capitalista. Ou seja, da capacidade de afirmar de maneira intransigente seus próprios interesses de classe contra os do capital: a lógica exploradora do lucro.
Por isso, a extensão constitui a principal dinâmica de uma luta operária autônoma. Só a unidade e a organização dos proletários em luta é capaz de impor, ainda que momentaneamente, uma relação de forças que obrigue o Estado a recuar e questione a barbárie do capital.
A luta sindical separa o econômico do político e enquadra o proletariado no interior da opressão econômica capitalista, segmentando-o em setores, ramos e nações. É, pois, totalmente inadequada e nociva. O sindicalismo não fortalece a classe operária. Ele a divide e condena à derrota.
A perspectiva da luta operária para enfrentar o capitalismo deveria ser a de assumir cada vez mais um conteúdo anticapitalista, afirmando seu caráter de classe e assim sua unidade, destruindo todas as barreiras: corporativistas, setoriais, raciais, nacionais, sindicais.
Por isso, a classe operária tem de desconfiar das organizações sindicais, por mais "radical" que seja o discurso que as apóia. É o conjunto dos trabalhadores em luta que deve organizar e dirigir seu combate.
Intransigência na defesa de seus interesses de classe, extensão da luta e auto-organização são as armas principais de toda luta operária conseqüente no capitalismo decadente.
O futuro da luta operária é o confronto cada vez mais global e generalizado com todos os defensores da ordem estabelecida. Confronto que terminará formulando claramente a alternativa fundamental: barbárie capitalista ou revolução comunista mundial.
O tempo desnuda as contradições profundas que se produziram, durante mais de meio de século de decadência, no sistema capitalista.
O agravamento e a generalização da crise econômica capitalista exacerbaram o antagonismo entre as duas classes principais da sociedade: o proletariado e a burguesia. A crise torna cada vez mais evidente o antagonismo irreconciliável entre a lógica da economia capitalista e as necessidades das massas operárias e da humanidade.
Vemos, na Europa e nos Estados Unidos, um forte movimento nacionalista que procura culpabilizar os migrantes como uma concorrência responsável pelo risco de um futuro desemprego e da diminuição dos benefícios sociais conquistado através das lutas dos trabalhadores e também sustentado pela maior exploração da mais valia nas colônias e países  vítimas da exploração imperialista durante o século XX.
Há uma integração dos sindicatos no Estado Capitalista.;
Diante da impossibilidade de reformar o capitalismo, em benefício da classe operária,a necessidade de uma resposta política, massiva e radical da classe operária e a impossibilidade de um bom sindicalismo, aprofunda-se a responsabilidade histórica da classe operária pelo futuro da humanidade.
Como entender que os operários abandonem as organizações, que supostamente os defendem, no exato momento em que eles sofrem um ataque sem precedentes?
Cada vez mais os operários recusam o tipo de ação sindical que conduziu tantas lutas a impasses: os "dias de ação" e as greves de algumas horas, as petições aos parlamentares, as ações simbólicas etc. encontram um eco cada vez menor entre os operários, cuja desconfiança com relação de seus "representantes oficiais" só faz aumentar.
Os sindicatos foram desmascarados como instituições estatais. Sua impotência diante dos ataques da crise capitalista é evidente, além da função assistencial  que eles desempenham, mais ou menos bem –servem de agências do capital no encaminhamento das políticas "de austeridade" e "reestruturação industrial" que golpeiam direta e brutalmente as condições de vida dos proletários.
A participação na gestão da crise capitalista
Os sindicatos colaboram na gestão do capitalismo em crise, exatamente como o fizeram na reconstrução do pós-guerra e durante as duas guerras mundiais: convocando para a "defesa da Pátria" e outras capitulações.
Quando a burguesia, para preservar suas margens de lucro, impõe sacrifícios aos trabalhadores, os sindicatos geralmente respondem: "Nada de sacrifícios!" Mas, logo acrescentam: "A menos que eles sejam igualmente repartidos entre todos". Então, ocorrem espetaculares "negociações entre governo e sindicatos", em que a questão nunca é "sacrifícios ou não", mas como organizar a imposição dos sacrifícios.
O resultado dessa farsa - representada por atores cada vez mais desacreditados - é sempre o mesmo: novos sacrifícios para os trabalhadores em proveito do capital. E os sindicatos gritam vitória: "poderia ter sido pior, se não estivéssemos lá".
Interlocutores oficiais do governo e representantes oficiais dos trabalhadores, os sindicatos negociam oficialmente as leis anti-operárias e assinam os documentos oficiais que impõem, com a força do Estado, a lógica do capital às condições de vida dos trabalhadores. O sindicato funciona em termos de economia nacional, subordinando-se à lógica do sistema capitalista. E se essa lógica exige mais sacrifícios, cabe aos sindicatos defendê-los perante os trabalhadores, em nome de um "realismo" que consiste apenas em considerar a crise econômica como um "evento natural" – como um terremoto ou uma onda de frio – e o capitalismo como um fenômeno da natureza.
Em nome de tal "realismo", os sindicatos assinam com o governo - de direita ou de esquerda, tanto faz - a redução do auxílio-desemprego e do número dos que a ele têm direito. É como defensores desse "realismo" que eles estão direta ou indiretamente associados à elaboração de todas as medidas políticas e econômicas anti - proletárias. Mas não foi somente porque se tornaram instituições estatais que os sindicatos foram abandonados pelos operários.
Nas lutas abertas, a ação das grandes centrais sindicais aparece cada vez mais claramente aos olhos dos operários como o que ela é: sabotagem.
São inumeráveis as manobras dos sindicatos, que, sabotando greves e mediante a demagogia nacionalista, a tudo recorrem para enquadrar toda revolta proletária.
Desviar as lutas para impasses nacionalistas, isolando-as localmente; impossibilitar a unificação das lutas; canalizar a combatividade para ações ineficazes e desmoralizantes; enfraquecer a solidariedade de classe... Os sindicatos, no mundo inteiro, usaram esses estratagemas para molhar a pólvora social e sabotar as lutas. Exemplos não faltam.
Os sindicatos desviaram a combatividade dos metalúrgicos franceses, em 1979, nas ações contra os trens de minério de ferro alemão aos gritos de "Produzamos francês". Na Polônia, o Solidariedade, com Walesa e a ajuda dos "sindicatos democráticos" do bloco norte-americano, arregimentaram os operários num nacionalismo que os desarmava face à lógica econômica do Estado e os isolava dos trabalhadores de outros países, que eram apresentados privilegiados porque tinham patrões e sindicatos "democráticos".
Isolaram a greve dos mineiros britânicos, apresentando-a como uma luta corporativa. O sindicato dos mineiros, chamado NUM, radicalizou a linguagem para melhor credibilizar a "natureza operária dos sindicatos"... Assim, justificou a recusa de todos os outros sindicatos oficiais em apoiar ativamente a greve dos mineiros.
Os sindicatos confundiram os metalúrgicos de Lorena (França), em 1984, fazendo-os instalar barreiras nas rodovias da região, o que os separava dos trabalhadores das outras regiões, além de os isolar dos companheiros de luta.
Na Alemanha, os sindicatos promoveram uma gigantesca campanha pelas 35 horas para desorganizar a combatividade operária. Uma greve, controlada e dirigida pelos sindicatos, de cidade em cidade, de região em região, de hora em hora, de maneira a evitar todo acúmulo de forças.
Na Itália, os sindicatos canalizaram a raiva proletária para ações espetaculares e inúteis: o bloqueio de trens e a "Marcha em Roma", em março de 1984, que reuniu mais de um milhão de trabalhadores numa deprimente procissão.
Eles enfraqueceram os movimentos de solidariedade dos trabalhadores, usando as coletas financeiras e outras "atividades beneficentes" para substituir a solidariedade ativa no combate. Assim fizeram, com grande reforço publicitário, em nível internacional, tanto na Polônia, como na greve dos mineiros britânicos.
Em todos os casos, o resultado é o mesmo: sabotagem das tentativas de unificação das forças do proletariado.
Gestores da crise capitalista, agentes das políticas anti-operárias, sabotadores da luta proletária, os sindicatos têm tido sempre maior dificuldade para ocultar sua colaboração com a burguesia e sua natureza de engrenagem do Estado capitalista. É por isso que lenta, mas irreversivelmente, os operários abandonam os sindicatos e ignoram suas "ações" e "mobilizações" de fachada.
 Durante aproximadamente meio século, o capitalismo tem conseguido sobreviver, recorrendo a todo tipo de manipulações monetárias e financeiras, destruindo pilares tão importantes quanto a estabilidade do sistema monetário internacional ou o equilíbrio das finanças públicas das nações, jogando com o adiamento, mediante políticas de crédito que só "resolvem" imediatamente os problemas para que eles reapareçam pouco tempo depois, com uma gravidade muito maior.
O capitalismo sobrevive a constantes e extensas crises econômicas.
A classe operária constata a impossibilidade de arrancar reformas duráveis de suas condições de existência. Além disso, o proletariado mundial sofre, da parte do capital, o ataque mais violento, sistemático e generalizado. O mínimo social necessário para sobreviver é colocado em questão. Não luta contra mais um aumento da exploração, mas contra a perda do pouco que se acreditava ter adquirido, luta-se contra a ameaça do empobrecimento absoluto.
A máquina capitalista está travada. Não consegue integrar novos proletários, no ritmo de crescimento da população – o que ocorre há decênios, na periferia do sistema – lança no desemprego as massas proletárias, cujo “sobretrabalho” não pode mais absorver e rentabilizar, tanto nos países subdesenvolvidos como nas metrópoles industriais.
Nos países desenvolvidos, o desemprego cresce sem parar e cada vez mais rápido. Os governos não cessam de anunciar todos os dias novas demissões, e perdas de direitos.
 As "sopas populares" reapareceram em cidades como Paris nos anos 80 e provavelmente será o cardápio da Grécia,Itália , Espanha e Portugal! Mas o desemprego ameaça também os "que ainda têm a sorte de ter um emprego", chantageando-os como um fuzil nas costas. Os salários reais não cessam de baixar, ao mesmo tempo em que um número cada vez maior de famílias operárias tem desempregados sob sua responsabilidade (cônjuges, jovens), acarretando uma diminuição de renda com um maior número de bocas para alimentar.
O chamado "salário social", que o Estado fornece sob a forma de serviços (saúde, educação, salário-família etc.), também sofre cortes brutais. É o que a mídia chama cinicamente de "o fim do Estado-providência".
Se fosse necessário resumir em dois números a acelerada da decadência histórica do capitalismo, bastaria dizer que em plenos anos 80, morreram de fome no mundo mais de trinta milhões de pessoas por ano (mais do que durante os quatro anos da Primeira Guerra Mundial!). Mas os gastos militares mundiais superavam um milhão de dólares por minuto! Uma soma que permitiria não só atenuar o problema da fome, mas eliminá-lo. Enquanto isso, a produção de bens de subsistência em todos os países diminuiu por causa da super produção.
Torna-se cada vez mais claro o antagonismo total entre a lógica das leis econômicas capitalistas (que datam do século XVI!) e os interesses mais elementares da classe operária.
Cada vez mais, a sobrevivência do capitalismo acarreta empobrecimento absoluto dos proletários; a própria sobrevivência dos proletários exige que levem sua luta de classe a níveis cada vez mais globais, unitários, radicais. Só a luta política de massas abre uma perspectiva ao proletariado.
A experiência da luta de classes dos últimos anos confirmou não apenas a necessidade, mas a possibilidade de uma resposta da classe operária.
A única resposta que permitirá ao proletariado quebrar definitivamente a máquina que o explora e oprime cada dia mais é a revolução social: a destruição total da máquina capitalista, a instauração de novas relações sociais fundadas não mais em função do lucro e da acumulação de capital, mas exclusivamente das necessidades humanas.Surgem experiências inéditas em alguns países de Ocupação9 de Fábricas que iam a bancarrota, que geridas pelos trabalhadores passam a dar melhores condições de vida para seus trabalhadores.Mas , da mesma forma que é impossível a experiência do Socialismo em um só país, também a Ocupação das Fábricas, a medida que não se proliferam também apontam para uma futura e desastrosa derrota.
Isto quer dizer que, até lá, os proletários sofrerão passivamente a putrefação de suas vidas, esperando a "aurora do grande dia”. Semelhante conclusão, típica dos pretensos revolucionários de palavra radical e "modernista" (para quem Marx está "ultrapassado"), traduz, além de uma idéia completamente falsa da revolução social, um desprezo do movimento real do combate proletário.
Inicialmente: como poderia uma classe que não aprendeu a lutar e não se defende quando é atacada, encontrar a força e a vontade para se lançar na revolução até a vitória final? A revolução não "substitui" a resistência diária da classe explorada, é sua decorrência. A luta de classes diária é a única escola de guerra de que dispõe o proletariado.
Dada a impossibilidade para o capitalismo de voltar a uma situação de prosperidade, a concentração de todos os poderes no Estado e o reforço dos meios de repressão não implicam que toda luta de resistência está fadada à derrota. Mas, para lograr êxito, toda luta operária deve se dar os meios adequados ao momento e às condições históricas presentes.
Para imobilizar e fazer recuar, mesmo momentaneamente, a ofensiva da burguesia, a classe operária terá de impor uma relação de forças tal que a burguesia não possa avançar sem desestabilizar perigosamente seu poder político. Hoje, mais do que nunca, a única linguagem efetiva, entre as duas classes antagonistas da sociedade, é a da força, da violência de classe.
Essa relação de forças, o proletariado só pode impor:
– recusando toda passividade e resignação;
– unindo todas as suas forças, além das separações profissionais, raciais ou nacionais;
– combatendo diretamente o núcleo do poder burguês: o Estado e seu governo;
– aplicando uma estratégia de classe contra classe, na luta em defesa de seus interesses contra a lógica do sistema.
A experiência das lutas operárias dos últimos anos confirma plenamente esta realidade. Há derrota, completa ou parcial, das lutas que não se estendem, nem se radicalizam. Há êxito quando, ao contrário, a luta se estende, se auto-organiza - de modo unitário, autônomo, coordenado e centralizado - e permanece firme no seu terreno de classe, afirmando claramente seu caráter operário, priorizando as reivindicações comuns e unitárias .                            Quando os trabalhadores de uma fábrica entram em luta, pode parecer "natural" que toda extensão seja orientada para outras fábricas da mesma empresa ou setor (extensão vertical). Mas as experiências mostram que semelhante orientação resulta no isolamento da luta na dinâmica corporativista ou setorial, que enfraquece o movimento em vez de revigorá-lo num combate em termos de classe e de massas. A extensão horizontal, isto é, em direção aos centros de produção mais próximos geograficamente, mais combativos e determinantes politicamente, constitui, ao contrário, um reforço imediato da luta e representa uma ameaça, uma pressão muito mais potente contra a classe dominante. Eis porque ela deve ser prioritária.
A generalização da crise econômica, tendendo a nivelar por baixo as condições de vida de todos os setores da classe operária, cria as condições desta forma de extensão.
Mas a crise econômica aguçou o desemprego, uma ameaça para aqueles que ainda trabalham (desempregados potenciais) e realidade para milhões de outros proletários. A extensão de uma luta é, antes de tudo, a busca da unidade entre operários empregados e desempregados.
A luta dos proletários desempregados representará, desenvolvendo-se, um potente fator de aceleração da unidade e da força de classe. Por não serem ligados a tal ou qual empresa ou setor produtivo, os desempregados em luta são um fator ativo contra as divisões corporativistas e pela unidade do combate de classe. Por dependerem da ação do Estado para sobreviver, os desempregados são forçados a colocar a luta num nível político. Dada a falta de perspectivas de sua existência, no capitalismo em crise mortal, eles são levados a conceber a luta contra a lógica capitalista em termos mais fundamentais.
O problema do desemprego e a luta dos desempregados são fatores de radicalização, de extensão e de dinamização da luta. Desde que os sindicatos não enquadrem essa luta em organismos separados do tipo "sindicato de desempregados", "associações de pobres" etc.
Os últimos anos evidenciaram a necessidade e a possibilidade de que o proletariado estenda e unifique suas lutas, adequando-as às condições históricas, pois os sindicatos se transformaram em engrenagens do Estado capitalista e não haverá luta conseqüente senão fora deles e contra eles.
Os agentes políticos e sindicais da burguesia, em particular nos países industrializados, não nasceram ontem. Têm muita experiência. Tais agentes tentam canalizar a desconfiança - que cresce mais e mais entre os operários - com relação aos sindicatos, para os dirigentes _Estado-Maior_ das grandes centrais, contra essa ou aquela central sindical em oposição às demais. Mantém-se assim a ilusão – ainda forte entre certos trabalhadores – de que pode existir "bom sindicalismo".
O radicalismo verbal dos burocratas e a armadilha do sindicalismo de base
A farsa política utilizada pela burguesia para subjugar o proletariado consiste em empossar "governos de esquerda". Ou, ao menos, em orientar sua ala esquerda para a participação no governo ("Compromisso Histórico" do PC na Itália, "Programa Comum" do PC/PS na França, Partido dos Trabalhadores no Brasil). Ainda são "anos de ilusões". Os "representantes oficiais dos trabalhadores" devem participar do governo para obter dos trabalhadores "sacrifícios momentâneos", em troca de alegres amanhãs. A presença das "forças operárias" no governo serviria para garantir de que os frutos desses sacrifícios trariam benefícios à classe operária...
Mas os amanhãs chegaram e, com eles, o agravamento da crise econômica e da ofensiva capitalistas..
 Os partidos "operários" (Partidos Socialistas, Sociais Democratas ou Democratas em países como a Grã-Bretanha, a Alemanha e os Estados Unidos; Partidos Comunistas nos países latinos),podem  retornar à oposição, retomar uma linguagem "radical", "intransigente", e mesmo "revolucionária", para tentar recuperar a credibilidade indispensável ao exercício de sua função de sabotadores da luta operária.
Na França, o proletariado fez a experiência da "esquerda no governo" mais tardiamente. Mas, em pouco tempo, a realidade se impôs: após três anos de participação do PCF (Partido Comunista Francês) no governo e de descrédito da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), a esquerda teve que deixar o governo, voltando à oposição, sob pena de perder todo controle das lutas.
É preciso observar que essa "radicalização da linguagem" não é consensual em todas as centrais, nem mesmo numa delas. Em todos os países, as estruturas sindicais sabem dividir seus papéis: existem os sindicatos que se "radicalizam" e aqueles que são mais "realistas", e depois, dentro de cada sindicato, existem tendências mais "combativas" e outras mais "prudentes". São as duas peças complementares da tenaz sindical. Assim:
– a greve dos mineiros britânicos ficou presa entre o radicalismo passivo do sindicato dos mineiros e seu líder Scargill de um lado, e o "realismo" do conjunto do aparelho dos "Trade-Unions"do outro;
– as lutas dos operários alemães em 84, entre a "combatividade" do IG Metal e a "moderação" do aparelho do DGB;
– a greve dos operários da Talbot na França, no começo de 84, entre o "radicalismo" da CFDT e a "prudência" da CGT;
– as respostas proletárias na Bélgica no começo de 84 entre o tom "intrépido" da FGTS e o "conciliador" da CSC (cristã).
A divisão de papéis entre as centrais é acompanhada de uma outra divisão, no interior das centrais. Há, também, as tendências sindicalistas exteriores às centrais, constituídas no que, de acordo com o país, é chamado de sindicalismo "de base", sindicalismo "de combate", sindicalismo "autônomo" .
É com essas tendências que se choca o proletariado, quando tenta ultrapassar as centrais sindicais. Quanto mais uma luta consegue se desembaraçar da influência direta das grandes centrais oficiais, mais se envolve com o "sindicalismo envergonhado", esse sindicalismo da linguagem e das ações espetaculares, cuja função é a de tentar resgatar o brasão do sindicalismo, essa forma de luta ultrapassada, com uma forma de organização impotente.
O sindicalismo de base critica as "direções" para melhor defender a possibilidade de transformar e de "regenerar" os sindicatos - e, portanto, de neles militar; critica os sindicatos oficiais para melhor defender um sindicalismo "puro".
As organizações "esquerdistas"  (PT,PSOL.PSTU e seus similares em outros paises) especializaram-se nesse tipo de trabalho .Seus militantes são freqüentemente os principais animadores dos últimos restos de vida sindical nas empresas, em tempos de paz social, e os mais hábeis sabotadores da luta em tempos de conflito.
Não existe na nossa época a possibilidade de um bom sindicato. Mas não é porque as grandes centrais sindicais são podres e "vendidas" que o sindicalismo é ineficaz e nefasto para o combate operário. É porque o sindicalismo – isto é a luta por reformas respeitando as leis econômicas dominantes – tornou-se anacrônica no capitalismo em declínio, que os sindicatos, grandes ou pequenos, são inevitavelmente absorvidos pela instituição estatal. Essas tendências que defendem a possibilidade de um "bom sindicalismo" - não importa quais sejam os motivos originais de seus protagonistas - só fazem obstruir o avanço das lutas operárias, em direção ao seu único desenvolvimento possível: a greve de massas, radical, política, auto-organizada. Elas são o último obstáculo que a classe operária terá de superar na luta contra os sindicatos.
Por eficazes que possam ter sido, até agora, as manobras do "radicalismo sindical" para conter o avanço proletário não deixam de expressar uma fraqueza da burguesia.
Estamos muito longe de uma situação como a dos anos 30, quando as grandes centrais sindicais européias dirigiam sem dificuldades as greves operárias, bandeiras e hinos nacionais à frente, na arregimentação nacionalista e bélica. Se os grandes sindicatos têm necessidade de deixar que se exprimam tendências "combativas" e "anti-direção"; se, hoje, o sindicalismo deve, para manter sua credibilidade, vestir a ideologia "anti-sindical",anti-central sindical_ é porque há muito que amadurece nos operários, freqüentemente de forma subterrânea, a consciência da natureza capitalista dos sindicatos e do sindicalismo em geral.
O pior da crise econômica ainda virá. A máquina capitalista não está programada para satisfazer prioritariamente as necessidades humanas, mas para extrair lucro e acumular capital. Quando não pode mais fazê-lo - como é cada vez mais o caso - ela não sabe e não pode fazer outra coisa senão destruir: capital, riquezas, seres humanos. No capitalismo decadente, a guerra mundial, sua preparação e a reconstrução que se segue, tem até agora ritmado a vida da sociedade. No extremo da crise econômica atual, o capital não terá outra "saída" a oferecer que uma terceira guerra mundial, pondo em risco, desta vez, a própria sobrevivência da humanidade.
Mas o modo de produção capitalista não é uma realidade eterna e natural, como não o foram o escravismo antigo e o feudalismo. Como todos os sistemas de exploração, o capitalismo é uma criação humana, um conjunto de relações sociais impostas pelo desenvolvimento das forças produtivas e pelo poder de uma classe. A sobrevivência da humanidade depende diretamente do resultado dessa luta entre as principais classes da sociedade.
Ora, o desenvolvimento das lutas proletárias conduz ao questionamento das leis capitalistas. Ao longo de quase dois séculos, o proletariado mundial mostrou que seus combates são mais do que escaramuças defensivas, dispersas e descontínuas. A luta atual continua a dos "Canuts de Lyon" em 1834, dos operários da Comuna de Paris em 1871, da Revolução Russa em 1905 e 1917, a dos operários alemães durante em 1919 etc. Esta luta, que tem continuidade histórica e uma lógica própria, só poderá desembocar numa revolução social total, trazendo uma nova sociedade na qual, enfim, a humanidade se reapropriará de suas forças produtivas e de sua evolução histórica: o comunismo.
"Atrás de cada greve, esconde-se a hidra da revolução", dizia Lênin. Para quem sabe, segundo Marx, "ver na miséria não apenas a miséria", o atual desenvolvimento das lutas operárias no mundo e, em particular, na Europa ocidental, anuncia a reconstituição e a reunificação conscientes desta força mundial revolucionária que é o proletariado.
Apesar da sabotagem sindical, das enormes campanhas de intoxicação ideológica, da repressão policial, da ameaça do desemprego que pesa sobre cada operário de modo permanente, da cooperação de toda a burguesia internacional frente ao "perigo" proletário, as lutas mais marcantes dos últimos anos traduzem uma combatividade intacta.
A luta proletária só poderá verdadeiramente passar à ofensiva assumindo seu conteúdo internacional, unificando-se através das fronteiras das nações burguesas. A consciência de classe necessária a esta unificação está justamente se forjando na efervescência social mundial que se desenvolve hoje. A simultaneidade atual das lutas operárias no plano internacional constitui a base objetiva sobre a qual deve se desenvolver o movimento, em direção à unificação do proletariado mundial.
É no desenvolvimento conseqüente das lutas atuais que se encontra a única força capaz de liquidar o capitalismo decadente e de oferecer um futuro à humanidade.
É através dos combates de resistência que o proletariado mundial se prepara para assumir suas responsabilidades históricas. Mas o proletariado não pode se emancipar, nem mesmo defender seus interesses mais imediatos sem uma unidade extrema e sem a mais rigorosa e implacável lucidez. Os sindicatos e o sindicalismo, na nossa época, desarmam a classe operária. A classe operária não pode desenvolver sua força e sua consciência sem lutar, fora dos sindicatos e contra eles.

25 de outubro,1917,1924,2011...

Neste 25 de outubro, encontrei o que o poeta "procura".
Minha mamita, companheira e escultora que esculpiu o contorno de minha vida por f seu exemplo  formação e minha opção.
Essa procura que também é o caminhar de tantos camaradas desencontrados pela vida. Desconhecidos y conhecidos.O que nos une é o profundo amor e fidelidade às causas  que conduziram nossas vidas nos caminhos da revolução."esgotou-se o tempo de semear
e inventou-se a hora do martelo./reforcei na bigorna outros anelose a força incandescente deste mar dos ferros levantados.esgotou-se o tempo de consentir e pôs se a andar a multidão dos saqueados contra os cercados do medo." Pedro Tierra 
"Procuro
no espelho desse
rosto
nessa pele marcada
nesse ombro curvado,
ainda forte
nessas mãos atadas
ainda que vazias
o desejo de luta...
Encontro ainda perceptível
o grito inaudível
sufocado pelo próprio riso
que retesa o pranto
contido, guardado
o coração pulsando
como que cronometrando
os segundos que restampara
a inevitável explosão."
Adão Ventura

Nem Itapira,nem Severina

Não sou de Itabira,
 terra de aços e pedras
que esculpiram Drummond.
Tão pouco vim de terras áridas
De morte e vida
Do João Cabral.
Sou de Bauru de areias quentes,
Velhos trilhos Noroeste,
Que hoje adormecem
Entre dormentes e matos,
Maquinando lembranças
De tempos passados.
Depois veio o Rio
de Janeiro e fevereiro...
Da boemia, bossa nova.
Cem mil nas ruas gritando,
a dor da morte do Edson,
 grito sufocado de Liberdade.
Faltou-me a força do aço e do árido.
Vaguei pela vida “céu azul e um mar”.
Mas trazia no peito as vermelhas bandeiras,
 fazendo ” a hora acontecer”.
Carrego ainda os sonhos do vir- a -ser.
Perdi companheiros, amigos.
Construí uma vida quebrada.
Sonhos enlevam, voam distantes...
Escorregam palavras
entre as linhas da página.
Das dores calejadas na vida
os sonhos se fizeram maiores.
Cicatrizes mapeiam
o que o tempo esconde.
Emudece a força das palavras,
poesias, histórias que fossem Severinas
ou forjados nos fornos de Itapira.
Procuro palavras lapidadas
Só há “coisa simples”, depurada
sem adjetivos, advérbios.
Apenas verbos dando forma à alma.
Revela a ausência de uma raiz
 dentro de mim.
   


domingo, 15 de janeiro de 2012

Crimes da social democracia Alemã em janeiro de 1919

Crimes de janeiro de 1919
(uma homenagem a Rosa de Luxemburgo e Karl Liebknecht)
Rosa.

Rosa Vermelha,

Rosa dos Ventos

Vindos de Luxemburgo.

Rosa dos Tempos,

vida podada.

Rosa Vermelha

dos conselhos,

dos povos na batalha.

Abatida, aprisionada,

desfolhada...

Assassinada!

Rosa de Luxemburgo

de vermelho sangrada.

Viva nas lutas,

viva nos povos.

A Rosa Revolucionária

morta, matada.

Absurdamente Assassinada.

Rosa Vermelha,

de todos os Ventos,

de todos os Tempos,

de todos os povos.

maior que Luxemburgo.

a Rosa do Mundo.

Rosa Rubra Revolução!
Ana Fuentes