Pensamento y Revolução

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"A emancipação do proletariado é tarefa do próprio proletariado" A História cobra muito caro pelas nossas vacilações.É hora de aprofundsar o combate pela organização internacional do proletariado.As crises do sistema capitalista se avolumam, não é chegada a hora para vacilações. Para que não se perca o trem da revolução numa nova vaga revolucionária que se avizinhe.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Pensamento y Revolução: AS NEVES DE KILIMANJARO

Pensamento y Revolução: AS NEVES DE KILIMANJARO: "As Neves do Kilimanjaro" (uma crítica à burocracia sindical  e seu aburguesamento) A Folha de São Paulo, às vezes, acerta.Desta vez ...

AS NEVES DE KILIMANJARO


"As Neves do Kilimanjaro"
(uma crítica à burocracia sindical  e seu aburguesamento)
A Folha de São Paulo, às vezes, acerta.Desta vez acertou.
O filme “AS NEVES DO KILIMANJARO” do Diretor Frances, Robert Guédiguian, é realmente especial.De uma forma direta, consegue fazer uma crítica vertical aos burocratas sindicais, que vão se perdendo ao longo da vida e se surpreendem ao se darem conta de que mudaram de lado.
De revolucionários que lutavam pelas conquistas sociais apenas como meio para chegarem ao socialismo, se transformam em administradores das crises do capitalismo.Como pelegos tentam arranjar soluções mágicas para resolver o insolúvel; solucionar a impossibilidade do sistema capitalista, de manter as conquistas histórica dos trabalhadores. Assim apenas conseguem alimentar a revolta individual da juventude e conduz a humanidade a resvalar na crueldade da barbárie.  
O líder sindical que perde seu emprego e se torna vítima de sua política de conciliação e reformismo aparece através de um assalto violento praticado por um jovem que ,desempregado (através de um acordo entre sindicatos e patrões,decidem através de sorteio os que devem ou não serem demitidos, nos cortes que a empresa deseja fazer no seu pessoal.O rapaz, diferentemente do sindicalista que está se aposentando,não tem direito aos benefícios que sua vida de burocrata sindical lhe permiti usufruir.
Diante da violência da qual se sente ( e é) vítima acaba por questionar seu modo de vida, e compreender o desespero que as demissões podem gerar aos demitidos.
E de uma forma nada piegas ou panfletária, deixa se conduzir pelo que ainda tem de melhor: a solidariedade proletária. Uma solidária que seus filhos não compreendem, mas que acaba por recuperar a amizade de seu cunhada e companheiro sindicalista que Tb foi  vítima do assalto.
Um trabalho que merece ser visto e entendido. Despertou um sentimento de urgência, um desejo premente  de  dividir a boa experiência de saborear esse filme com companheiros y amigos.
O que aconteceu hoje, depois de assistir o filme, e descobrir que ele sairia de cartaz (com apenas 2 semanas de exibição no Cine Livraria Cultura) e com a certeza,que por não ser um filme comercial,dificilmente o encontrarei à venda como DVD, nem nas  distribuidoras ou nas bancas de DVDs piratas.
Ainda é provável que ele possa estar passando em algum cine de arte ou em outras cidades.
Esse filme vale à pena ver.
(SEGUE A CRÍTICA PUBLICADA PELO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO)  
Filme "As Neves do Kilimanjaro" critica esquerda 'aburguesada'
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BRUNO GHETTI
COLABORAÇÃO PARA A
 FOLHA
Robert Guédiguian ainda não perdeu a fé no ser humano. Com uma obra que oscila entre o otimismo ("Marius e Jeannette", 1997) e a desesperança ("A Cidade Está Tranquila", 2000), o cineasta francês volta agora a afirmar sua crença em valores tradicionalmente esquerdistas, como solidariedade e generosidade, no longa-metragem "As Neves do Kilimanjaro", que estreia hoje.
"Fazer filmes como esse é reafirmar que eu creio no homem", diz Guédiguian, 58, por telefone, de Paris.
A produção mostra um líder sindical que, depois de anos de luta, perde o emprego. Com uma nova rotina, ele é surpreendido por um assalto, planejado por um ex-colega, também
desempregado.
A situação o faz entrar em crise e se dar conta de que talvez tenha se "aburguesado" demais com o tempo.
Sua reflexão o fará tomar atitudes inesperadas.
CRISE SOCIAL
"Sempre quis fazer filmes que mostrem que o sentimento de humanidade pode se revelar talvez ainda com mais força onde é vilipendiado. Nos instantes em que a sociedade está em crise, tento, com meus filmes, encorajar comportamentos que seriam exemplares", diz o diretor.
O título do filme se refere a uma canção de 1966 do músico francês Pascal Danel, a preferida do casal protagonista (Ariane Ascaride e Jean-Pierre Darroussin, colaboradores habituais do diretor).
A trama mais uma vez se passa em Marselha, cidade natal do cineasta. "Marselha tem vários pequenos signos que, unidos, formam as imagens que busco para meus filmes. Ao filmar ali, estou falando a minha língua."


FALSO NATURALISMO
De fato, é difícil imaginar o filme sem a paisagem mediterrânea e os calorosos marselheses. Para captar esse espírito, Guédiguian diz buscar uma certa invisibilidade como diretor, atrás do que ele chama de "falso naturalismo" --daí a aparente simplicidade de seu estilo, que, porém, deriva de um processo trabalhoso de concepção.
"Esforço-me para que ninguém veja que cenários e figurinos foram feitos para o filme. E quero que os atores digam suas falas da forma mais natural possível."
EXTREMA-ESQUERDA
Guédiguian faz seus longas pela Agat Films. A produtora funciona em esquema de cooperativa, em que seis colegas produtores fazem concessões para viabilizar os projetos de cada um.
Esse método, aliado ao teor de seus filmes, o torna um dos poucos diretores de orientação abertamente socialista na França hoje.
"Há 30 anos, eu me dizia de esquerda. Hoje, como o Partido Socialista [francês] defende ideias da direita, considero-me de extrema esquerda. Não há mais um compromisso com uma moral ou filosofia: a política se reduziu a uma administração técnica das coisas, isso está errado."
Amante de política, o diretor diz ter acompanhado de perto o governo Lula. "Acho que ele poderia ter se comprometido um pouco mais com os ideais de esquerda. Mas é evidente: foi mil vezes melhor do que governos brasileiros anteriores", afirma.
 sofrimentos decorrentes de seus desacertos     ainda não perdeu a fé no ser humano. Com uma obra que oscila entre o otimismo ("Marius e Jeannette", 1997) e a desesperança ("A Cidade Está Tranquila", 2000), o cineasta francês volta agora a afirmar sua crença em valores tradicionalmente esquerdistas, como solidariedade e generosidade, no longa-metragem "As Neves do Kilimanjaro", que estreia hoje.
"Fazer filmes como esse é reafirmar que eu creio no homem", diz Guédiguian, 58, por telefone, de Paris.
A produção mostra um líder sindical que, depois de anos de luta, perde o emprego. Com uma nova rotina, ele é surpreendido por um assalto, planejado por um ex-colega, também
desempregado.
A situação o faz entrar em crise e se dar conta de que talvez tenha se "aburguesado" demais com o tempo.
Sua reflexão o fará tomar atitudes inesperadas.
CRISE SOCIAL
"Sempre quis fazer filmes que mostrem que o sentimento de humanidade pode se revelar talvez ainda com mais força onde é vilipendiado. Nos instantes em que a sociedade está em crise, tento, com meus filmes, encorajar comportamentos que seriam exemplares", diz o diretor.
O título do filme se refere a uma canção de 1966 do músico francês Pascal Danel, a preferida do casal protagonista (Ariane Ascaride e Jean-Pierre Darroussin, colaboradores habituais do diretor).
A trama mais uma vez se passa em Marselha, cidade natal do cineasta. "Marselha tem vários pequenos signos que, unidos, formam as imagens que busco para meus filmes. Ao filmar ali, estou falando a minha língua."